sexta-feira, 7 de março de 2014

quinta-feira, 13 de fevereiro de 2014

Solte o seu lado mais atrevido no dia dos namorados

Adriano Miranda Por Joana Fonseca
A empresa Escrever Escrever está a organizar um workshop de escrita erótica para casais. Esta é a oportunidade para dizer o que nunca teve coragem à sua cara-metade.
A escola de escrita criativa Escrever Escrever, em Lisboa, sugere para a próxima sexta-feira, 14 Fevereiro, um final de dia dos namorados diferente. Entre as 22h e as 24h, os participantes irão trabalhar, em casal, a originalidade e criatividade que precisam para esta noite através da escrita de textos pessoais. Estes só serão conhecidos pela sua cara-metade. Ou seja, esta pode ser uma óptima ocasião para quebrar com os tabus do erotismo e explorar, através das palavras, os desejos e fantasias. Joana Almeida, psicóloga e sexóloga, será a formadora deste workshop. Ao falar sobre a forma como a escrita pode potenciar o erotismo entre os casais, explica que “tanto a escrita como a leitura podem ser excitantes, por isso escrever para a pessoa de quem gostamos ou em que estamos a pensar também o pode ser”. Como tal, não hesita em confirmar que o cérebro é o principal órgão sexual. O tema do erotismo continua a ser tabu para muitos, nomeadamente no que toca a questões relacionadas com a sexualidade. “Há muitos estímulos, mas continuamos a ter dificuldades em exprimi-los na nossa intimidade”, analisa Joana Almeida. Alguns dos tabus mantêm-se. “A literatura erótica sempre se focou nos tabus sociais, daí que seja recebida com choque. Hoje há menos tabus e o interessante é que apesar da liberdade, continua a haver certas questões que nos deixam corados, envergonhados ou excitados”, refere a sexóloga. E a prova é que os autores deste género literário continuam a escrever recorrendo a pseudónimos e ao anonimato, acrescenta.Aqueles que desejarem participar neste workshop, terão a oportunidade de “pisar o risco”. Uma sugestão para um dia dos namorados invulgar, onde poderá treinar o seu lado mais criativo a pensar na pessoa de quem gosta.
Fonte: Público - Life &Style

segunda-feira, 3 de fevereiro de 2014

terça-feira, 21 de janeiro de 2014

Escrita Erótica para Namorados - 14 de Fevereiro

Mong-Lan Tango Drawing
São Valentim, São Valentim
Como posso eu escrever assim?
Vem a mim, Vem a mim
No amor escreve-se sem fim.

Na noite do dia 14 de Fevereiro convidamos casais a criarem tentações através da escrita erótica, logo depois do jantar e em antecipação de uma noite romântica entre lençóis. Queremos procurar a originalidade e a criatividade desta noite, em que as velas à mesa já pouca chama acendem, com a diversão de escrever textos privados, pessoais e só transmissíveis à pessoa que acompanha. Os desejos, as fantasias, as manias, no papel ficam mais finas e prontas a consumir, num encontro a dois, assistido pela pena que escreve e o papel que a ouve.
Horário:
Sexta
Dia 14 de fevereiro
22h - 24h | 30€ (o casal)

terça-feira, 17 de setembro de 2013

Saborear-te



Não sei a que sabe a tua pele. Sei que sabe bem porque a visão e o olfato também comem. Antevejo sempre um sabor mesmo sem o alvejar com a língua. Gosto da cor da tua pele escura, tão escura mas com nitidez suficiente para ofuscar olhos com gosto. Foram os teus olhos verdes que me seduziram primeiro. É fácil gostar de olhos da cor da relva mas não foi somente isso que me fascinou; o teu sorriso branco também, o esboço de uma dentadura definitiva e limpa merecedora de se expor num qualquer anúncio de pasta dentífrica. Um sorriso infantil quase a cair para o puro e perduravelmente contagioso. A tua postura a caminhar descalço na praia também não me foi indiferente; passos seguros, sem receio de pisar território que te pertence e com vontade. É admirável sentir segurança nesses passos, apetece pisar as tuas pegadas na areia, seguir-te, seja lá para onde fores. Quantas vezes me apeteceu dar-te a mão, oferecer-te um sorriso, tocar-te na penugem da cara e apalpar cada rasta do teu cabelo. Partilhar uns bafos do teu charro de erva que torna o verde dos teus olhos num verde aguarela impossivelmente mais bonito. Excedi dias a admirar-te e sei que te apercebeste disso, a química transportou-se no ar pela brisa quente das Caraíbas. A inércia, talvez a convenção ou o meu papel de turista urbano não permitiu dar uma corrida até ti. Por isso, sonhei contigo de olhos fechados, cerrados - com tanta força - de modo a entrar na fantasia com a maior credibilidade possível. O beijo demorou, continuou sem tempo, molhado com confrontes de sensualidade e, de forma crescente, tornou-se num furacão como só numa ilha daquelas poderia subsistir. Crescemos nesse vendaval, desvendamos inúmeros pormenores nos nossos corpos ao qual não fomos indiferentes. Fundimo-nos, senti-te dentro de mim com uma intensidade brutal e crua e não tive medo de gritar. O teu corpo negro reluzia à lua, senti cada singularidade do teu peito modelado e terminei extasiada com o encanto do teu olhar: doce, firme, sereno e com bordas de frieza. Encantou-me tudo como se fosse a primeira vez a estar com um homem. Este momento ficou guardado num postal fartado de mar quente e areia branca. Ainda sinto a areia colada ao meu corpo transpirado, contudo prossigo sedenta: Ainda não sei a que sabe a tua pele.
M.L.M.

sexta-feira, 13 de setembro de 2013

Novidades da rentrée

Novo curso
Às terças e quintas: dias 17, 19, 24 e 26 de setembro

Nova morada
Rua do Alecrim, n.º 47 - 4.º A | 1100-041 -  Lisboa

Novo programa do curso
Revisto, actualizado e remexido com o calor das férias

quinta-feira, 8 de agosto de 2013

A cama parecia o deserto



Dizer adeus é emotivo e atulhado de expectativas tristes. Tristeza ou saudade, palavras distintas que se aliam tantas vezes.
Esta despedida teve o intuito de desapego com a certeza de deixar saudade. Encontramo-nos no Motel de sempre, no mesmo quarto, na cama redonda onde sempre gostamos de dormir após o sexo: Estoirados, suados e felizes. Dois amantes que permanentemente dormiram em conchinha. Os espelhos no tecto trazem-me à imagem as ocasiões mais selvagens. A música romântica a parte mais pirosa que nos deixou, estranhamente, comovidos de hora em quando. No jacuzzi, onde roubamos litros de água egoisticamente ao planeta, souberam-nos aos melhores momentos de silêncio a dois. O varão à frente do leito, as luzes empolgantes, os acessórios disponíveis e o champanhe rasca exultaram perduravelmente o instante.
Dois anos de álibis e jogos escondidos arruinaram a minha sanidade mental. Eduardo sempre foi mais frio: Ter uma mulher em casa a tempo inteiro e outra para uma noite por semana era-lhe excepcional.
Mantive-me fiel àquela infidelidade tendo outros casos de cama, apenas para encher o ego e garantir que Eduardo era somente um capricho.
A despedida não foi aceite mas respeitada. Talvez ele não acreditasse na despedida. Porém, teve a certeza ao olhar-me nos olhos. Senti a sua tensão e, porque não, fragilidade.
Restavam-nos duas noites. Depois, o motel perder-se-ia na humidade de Sintra tal casa de fantasmas.
Senti-lhe na língua toda a testosterona pronta a apoderar-se de mim. Palavras doces ao ouvido misturadas com outras porcas promoveram um peito espetado e ao contorcer do corpo. Lambeu-me a vagina com uma cobiça voraz. Agarrei-me aos lençóis da cama a fim de não me vir. Trocamos de posições, enchi-me dele, a minha boca mais elástica e a língua, tal serpente, era sedutora aos seus olhos e fazia toques certeiros que o desconcertavam. Beijámo-nos até ficar de face escoriada. A cama redonda transformou-nos nos ponteiros de um relógio que funcionou, sem clemência, durante 48 horas. A penetração aconteceu nas várias oportunidades e a minha vulva já tão assada nem sentia dor, pelo contrário, vibrava. O cheiro era intenso e afrodisíaco. Fumei talvez 5 cigarros naquele tempo. Não me lembro de comer, beber, sair da cama. Emagrecemos ali escorregados em fluídos.
O relógio parou.
De mãos dadas olhamo-nos cadavéricos pelo espelho. Apeteceu-me morrer ali. Desidratada. E a cama que durante dois anos tanto nos apoiou parecia agora um deserto.
M.L.M. 

quarta-feira, 24 de julho de 2013

Uma mulher roliça de pés pequenos

O António estava sentado como de costume no banco do Parque Eduardo VII – digo o e não um banco, porque escolhia sempre o mesmo banco, aquele em frente ao campo de ténis. Como era de seu hábito, mantinha-se sentado de pernas e braços abertos, esquecido de si mesmo, mas atraído por qualquer movimento exterior a si, principalmente se o que mexia eram ancas e pernas gordas. O António raramente diz um ai. Quando muito, deixa cair o queixo, mostrando o espanto a sair de fininho pelos cantos da boca. E não foi exceção quando viu passar aquela mulher, que apesar de ter todo o ar de ser estrangeira, descia o parque com a pressa de alguém que vai trabalhar. Tinha um ar determinado, o nariz arrebitado, feições grossas, mas considerando o resto do corpo ela era aos olhos do António boa. O que mais lhe despertou a atenção foi a pequenez dos pés dela, conjugada com a largura das ancas e das nádegas gordas. Com a passada rápida tudo nela dançava. E ele imaginava que em qualquer momento aquela mulher de pés pequenos iria perder o equilíbrio e cair de quatro no chão. E, então, ele saltaria para cima dela como se ela fosse uma piscina ou um poço sem fundo, mergulhando de cabeça até entrar completamente. E com essa ideia sentia o corpo estremecer e, sem se aperceber, o António estava numa posição ereta, muito direito, muito esticado e teso, rodando apenas a cabeça e levando os olhos até onde podia.
No entanto, não foram necessários dois minutos para aquele mulher sair do seu campo de visão, tal era a pressa com que descia o parque. E o António ali ficou estático, congelado por um tempo indeterminado.
A.C.

domingo, 21 de julho de 2013

Um poema

Chupa a teta mama o pirilau e pega no pénis e cheira a rosa e mexe na vulva e come a pêssega e pina
a rata a desflorar é a boca do mundo
que picha caralho
vem para a cama sei lá lamber chupar foder apalpa as mamas agarra no pénis e penetra a pachacha
não é uma queca
não é fazer amor
é simples
é sexo
descobre o tesouro agarra no mastro e vem-te foda-se

sábado, 20 de julho de 2013

Homem alugado

(Maplethorpe)

O cheiro a mofo sempre me incomodou. Sempre fui ligada a cheiros. É, sem dúvida, o meu sentido mais apurado. Registo os cheiros na memória e não os consigo esquecer. Associo todas as situações relevantes a cheiros. Aquele quarto tinha uma mistura de cheiros pujantes, todos ligados a sexo.
Os cortinados de veludo cheiravam a sórdido, a histórias velhas, a um apego de situações pesadas. A cama de corpo e meio tresandava a fluídos sexuais intensos e as nódoas dos lençóis- já imunes a lixívia- não conseguiam enganar nem os mais distraídos. Os pêlos do gato persa velho, além de marcarem território por todo o minúsculo quarto, farejavam a um voyeurismo latente. A mesa de madeira acompanhadas pelo felino convidavam a um intimismo obscuro e cheiravam a segredo.
Aquele era o meu segredo. O meu fetiche preste a ser realizado. Joaquim cobrou-me 200 euros para concretizar aquilo que me incentivava muitas vezes a masturbar. Pagar a um homem, a um prostituto para me dar prazer, era miserável, mas o auto-presente dos meus 40 anos de aniversário.
Não por falta de oferta. Não por falta de autoestima. Apenas por curiosidade, pela aventura. Por me atrair o desconhecido e, obviamente, por gostar de sexo.
Estava desconfortável mas não era pessoa de desistir. Era o único fetiche sexual ainda não realizado. Joaquim era cubano, usava apenas umas cuecas justas, mas masculinas, que lhe pronunciavam um material de boa qualidade.
Apresentou-me friamente um leque de preservativos, lubrificantes, máscaras, algemas, entre outros acessórios.
Ri-me.
“Obrigada. Basta-me um preservativo mas tem de ser sem látex pois sou alérgica”.
Joaquim riu-se.
“Agora é que me tramaste!”
Abri a minha mala e tirei 2 preservativos já a prever a situação. Coloquei-lhe na mão.
“Queres colocá-lo tu?”
“Não obrigada. Prefiro que se crie um clima mais simpático e na hora fazes tu isso, ok?”
“A madame manda.”, respondeu ao som do sotaque latino.
Despiu-me delicadamente ao ruído da música caliente que fazia pandã com a sua origem.
“Tens um corpo muito bonito, sabes?”
Sorri.
“Pois...também não precisas dizer cenas simpáticas só porque te estou a pagar”.
“Não. É verdade. Tens. O que me facilita muito o trabalho”.
Beijou-me toda. Acho que não houve um pedaço de pele com sede de beijo.
A meio de tanta lambida e beijadela libertei-me.
Ele cheirava bem e mexia-se ainda melhor.
Era bonito.
Era bom de tocar.
E olhava-me nos olhos.
Beijou-me na boca. Como um adolescente apaixonado. Quase me vim.
Fiquei tão molhada que abri as pernas de imediato: ofereci-me.
“Fode-me, entra em mim”, pedi-lhe em tom de ordem.
Tirou as cuecas e expôs um brutal, teso, brilhante, depilado e limpo troféu.
Acho que arregalei os olhos e sorri-lhe marotamente.
Agarrou-me com força, como só umas mãos grandes e masculinas sabem, e enfiou-o todo dentro de mim. Contorci-me fazendo um arco nas costas e gemi.
Segurei-o pelo cabelo, senti-lhe os pingos de suor a tocarem-me na pele como pequenas, mas fortes gotas de chuva.
Lambeu-me as mamas. Senti-lhe os dentes sem uma única mordidela.
Senti-lhe as mãos nas costas como se me massajasse toda a coluna.
Apertou-me as nádegas com vontade, empurrando-me para ele como se fosse possível entrar ainda mais em mim.
Aquele homem era um mestre. Apoderou-se de mim. Sabia exatamente os movimentos que me faziam quase vir e aqueles que me faziam quase não me vir. Condutor à séria. Senti a penetração como nunca. Reconheci-lhe as veias do pénis, nutri o pau com uma intensidade que jamais imaginei. E pensava eu ser já tão batida em hastes. Realmente era um profissional.
Disse para me vir quando quisesse. Cruzei as minhas pernas nas suas costas como se o abraçasse e gemi-lhe ao ouvido: “Vou vir-me...vêm-te comigo...”
E viemo-nos.
Senti-lhe o esperma a explodir mesmo por de dentro da camisinha.
Exaltamos sem dúvida 1 Kg de suor em prazer. Senti orgasmos a pularem um atrás do outro. Até não aguentar mais tal maratona.
Joaquim caiu em cima de mim. Beijou-me mais uma vez. Descolou-me os cabelos pegados à cara, olhou-me e sorriu.

Desenroscou-se e ali ficamos até acabar o tempo pago. Em silêncio: a saborear o cheiro a luxúria e a trocar as caricias permitidas entre estranhos.
M.M.

sexta-feira, 19 de julho de 2013

Colar de Contas


Ah, porque é que nunca mais chegas?!?!?! Mas onde é que te meteste?!?!? É sempre a mesma coisa! Atrasada!!! Enquanto aguardo, pacientemente por ti, aproveito para desfrutar do tempo que me resta a sós e contemplo as montras. Há um certo toque de beleza no reflexo que me mostram (egoísmo meu!, mostram-no a todos os que por ali passam e se deixam levar no encanto da cidade).
Sorrio; o teu reflexo com um sorriso me responde.
- Vamos?!?!?! - perguntas.
Sigo caminho. Falas de tudo e de nada e eu limito-me a seguir o raciocínio ao de leve enquanto sonho com o apalpar das tuas mamas, nem que suavemente fosse, nem que fosse por uma última vez. Seria algo enternecedor, deixaria que a tua pele escorregasse entre os meus dedos, num movimento calmo, de baixo para cima, ritmado, de puro prazer. Enfim...
Estamos à porta do restaurante e o jantar de amigos do liceu promete!
A carne assada está um delícia, assim como o gargalhar dos teus olhos. Mas os meus pensamentos voam para longe... É então que te tenho entre as mãos, de encontro à porta de entrada da tua casa e te oiço gemer, à medida que os meus dedos deslizam, demoradamente, desde o teu ventre até ao teu sexo. Iças as pernas em torno da minha cintura e com vagar colo os dedos mais fundo, até que soltas um gemido lânguido. Seguro com firmeza as tuas coxas e descontrolo-me. O cravar das tuas unhas nas minhas costas faz aumentar a pressão da minha piça contra as calças. É então que finalmente te penetro, primeiro devagar, saboreando com deleite cada movimento, compassado, e cada vez mais vigoroso. Os teus seios desabrocham e imploram-me que os chupe sofregamente. Não te mostras desgostada, pareces estar a usufruir do meu prazer sedento, animal. Nisto o ritmo já atingiu o auge e o suor não é meu, nem teu, é um só. Um suspiro profundo sai dos nossos corpos e ali ficamos, parados por um longo instante a contemplarmo-nos....
- Vais querer café para acompanhar a sobremesa? - perguntas.
Beatriz Portugal

quarta-feira, 17 de julho de 2013


A tarde estava fresca, tal como todas as outras, algo que a entediava solenemente; já há muito que se devia ter mudado, detestava aquele clima. Todavia, a companhia era agradável, não se podia queixar da vizinhança. A vizinhança.... Ah...... Só ela sabia como era reconfortante poder vê-lo todas as tardes a passear dentre quem passa, que moribundos, o não vêem. Se ao menos ele soubesse da sua existência...
Devaneios.......
Todavia, esta tarde tivera um início diferente. Pela primeira vez, aquele para quem se julgava invisível, olhara de forma intensa para si, ou melhor, não olhara. Não!!! Muito pelo contrário, vira! Comera!! Abocanhara!!! O seu coração frágil ficou num alvoroço, ao ver que ele se aprochega e, amistosamente, se deixa ficar a seu lado sem nada dizer. Apenas permanece ali, como se para a eternidade fosse ficar. Será que ele repara nas marcas de tantos anos passados??? Se as olha, não as vê, pois num gesto vagaroso as acaricia e o seu aconchego excita-a, avassaladoramente. É-lhe difícil controlar há tanto guardado. Mas nada o parece deter, aos poucos as suas carícias tornam-se mais vigorosas, cadenciadas. E sem pedir licença, monta-se nela sem qualquer pudor e mundo todo desaba sobre ela num imenso prazer.
Assim como o começa o acaba.
Assim como veio se afasta, indiferente.
Beatriz Portugal

a porta estava aberta sem ninguém para me receber...


Entro no bar, ainda é cedo, consulto o relógio, sete da tarde, tenho tempo. A DJ cantaroleia a música do momento há medida que faz os preparativos para a noite que se avizinha. Deambulo entre as salas, apreciando cada detalhe. Ainda é cedo para a festa. Constança faz anos e a noite será longa. Sento-me na esplanada e tomo uma cerveja. Como é bonito o pôr do Sol, o cheiro a mar. Já faz tempo desde a última vez em que dediquei um pouco do meu tempo à arte de nada fazer. Termino a minha imperial e faço-me ao caminho. Ainda terei de passar por casa, comprar a prenda, um livro, como sempre.
Toco à campainha, as gargalhadas ouvem-se cá em baixo. Subo até ao terceiro andar, a porta está aberta sem ninguém para me receber. Empurro-a, três mulheres atropelam-me nesse instante num passo apressado, rindo entre si; ao fundo do corredor, está outro grupo, dois casais talvez, parecem bastante embrenhados na sua discussão, onde os copos dançam num misto de diálogo entre os lábios e a bengala da mão que, na dúvida de não saber o que fazer, onde estar, como se comportar, os agarra. Entro e fecho a porta atrás de mim, começo a percorrer o longo corredor até à sala, cruza-se comigo uma mulher vistosa, segura, de olhos tímidos. Chego à sala e no meio de tanto festim, verifico que a festa já há muito começou e a Lua ainda não cumprimentou o céu.
- Estava a ver que nunca mais chegavas!!! - até que enfim vejo uma cara conhecida. Frederico, afável como de costume, esbanjava o sorriso para quem o quisesse acolher. Ah, e como o acolhia..... - Anda, vem sentar-te. Só estamos à espera que a Constança chegue. Obedeci mecanicamente àquelas palavras. Não gostava de me sentir assim, de não conseguir comandar o que aquele rapaz alto, entroncado, de olhos cor de amêndoa, me fazia sentir.
Constança entra e todas as atenções se viram para aquela que conheço desde que de mim me lembro. (Está mais bonita hoje ou será do meus olhos turvos?). Começamos o jantar, apercebo-me que as caras conhecidas, de conhecidas pouco têm. O António parece outro com os olhos enevoados pelo anos; o encanto das rugas da pele encarquilhada de Maria não enganam nem um cego, está gasta!!!, pior, está usada!!!!, abusada!!!!!; as mamas de Francisca foram "emprateleiradas" de forma tal, que parecem uma armadura (Meu Deus Francisca, o que é que foste fazer?!??!?!); enfim Mateus, tanta cagança, onde é que ficou o miúdo que de todos gostava?!?!?! Para onde é que puseste o humor sufocado com tanta ganância e altivez??? Mas a conversa continua e gira e de tudo se fala sem que nada se diga!
Depois do jantar os diversos convidados foram saindo aos poucos. O trabalho no dia seguinte, os filhos, a rotina, chamavam-os.
Fui-me deixando ficar, até que apenas resto eu, Constança e os olhos amendoados de Frederico... Que me desencontram.
À medida que a conversa se desenrola a mão de Constança começa a massajar-me as coxas (Mas o que é que a leva a querer que desta vez não a irei travar?!?!?!) e eu, sem que nada faça para o impedir, deixo que esta calcorreie o meu corpo, numa atitude serena, impávida, enquanto os lábios de Frederico se movem de forma articulada, no seu discurso infindo.
É-me insuportável continuar ali, meramente a contemplar enquanto Frederico afaga a barba num gesto automatizado, toda a sua atitude desprovida de pudor onde o preconceito é sem-abrigo, me inibe, me fascina.
É então que me levanto e num acervo de fulgor, seguro-o pelos colarinhos e empurro-o, bruscamente, de encontro à parede da sala. Trinco aqueles lábios carnudos e desço até ao pescoço.
Constança encosta-se a mim, sinto os bicos das mamas rijos contra as minhas costas, sinto as suas mãos a descer até ao meu traseiro e apalparem-no sem pejo, sinto a pressão que as suas coxas exercem contra as minhas, sinto pernas de pele macia roçarem as minhas.
Não há qualquer vislumbre de surpresa na expressão de Frederico, do rapaz (agora tornado Homem, faísca antes um prazer contido que a certeza não me confirma. As mão possantes de Frederico puxam-me pelos cabelos e sua língua penetra-me e já não há espaço para minha. É tão pujante! (que me rouba a virgindade). Ninguém me tinha dito que havia alguém no mundo que pudesse calcorrear as entranhas da minha boca assim.
Finalmente, as minhas mãos soltam-no e ganham vontade própria; galgam as ancas de Constança, investem para os abdominais torneados de Frederico e de novo saltam para o rabo de Constança, palmilhando todas as curvas e contracurvas, numa corrida sedenta de prazer.
Frederico toma o leme, é ele agora quem comanda o navio. Num movimento brusco agarra-me pela cintura e vira-me de costas. À medida que Constança me abre as calças, Frederico já baixou as suas e roça-se no meu rabo freneticamente. Sinto o seu mastro erguer-se contra às minhas nádegas. Constança já está de joelhos, prostrada perante o meu sexo e os lábios ternos já o veneram.
Mas Frederico não acabou, belisca-me os mamilos, morde-me as costas, enquanto me verga ligeiramente e o caralho fura por entre as nádegas, sem pedir licença. Venho-me! A boca de Constança não tem descanso, Frederico jorra para dentro de mim brutalmente, por momentos, acredito que vá rebentar dentro de mim. Nunca alguma vez ouvi uma orquestra tocar desta forma.
Constança levanta-se, pentei-a o meus caracóis molhados e, num gesto de despedida, deposita um beijo nos meus lábios estupefactos. Frederico está abraçado a mim. A barba pica-me no ombro e ainda não consigo explicar-me o que aconteceu. Desenovelo-me dos seus braços, pego nas roupas espalhadas pela sala e saio; da mesma forma que entrei, abro a porta e ninguém está lá para de mim se despedir....
Beatriz Pottugal

sexta-feira, 12 de julho de 2013



As veias salientes! A raiva nas mãos?!?! Os nós dos dedos vincados!....
O abdomén contraído....
O pénis torna-se incógnito
O corpo do que é jovem
A sedução (mística) pela repulsão de dor que emana e atrai
O descrédito que transmite
A indiferença sem-se estar indiferente
É quer-se sem se ir
É ver-se sem olhar
É ir-se na direcção oposta à atracção e quanto mais se foge mais atrai.

quinta-feira, 11 de julho de 2013


O desfile já começou e não tarda a encantar... Sinto a força da Natureza no meu sexo; arde, molha, aquece de um forma turbulenta, vigorosa e espanto-me com a veemência e descontrolo com que me comanda, é uma espécie de génio da lâmpada que desabrocha e me aterroriza de um modo avassalador. 
Mas o terror é atraente e empurra-me, de forma aconchegante, para o vazio.
B. 

quarta-feira, 10 de julho de 2013

83/1 - Disquiet

Para um chá ao final da tarde, convidaste-me como se fosse possível num primeiro encontro sentar-me ao teu lado em amena cavaqueira sem qualquer bengala que me suportasse as palavras, os gestos e sobretudo o olhar, e que podia ser um cigarro, mas já não fumo...podia ser o álcool, a música e outros corpos estranhos entre nós, mas não me apetece estar no ruído quando procuro encontrar-me no meu silêncio, no teu olhar.Tremo num remoinho de medo e desejo. Um desejo que me inquieta, que me enche o peito, me congela a barriga e que confesso que me traz desinquieta em baixo, e é nesta ânsia desmesurada que não me permito arranjar uma desculpa qualquer idiota para contornar os teus olhos nos meus. Os teus olhos em mim, isso sim…Quero! Quero a mão que me toca nas costas, em baixo e ao de leve, para dar passagem, a mão que se deixa ficar e que num gesto seguro me enlaça a cintura e me puxa de surpresa! Agarra-me! 
Puxas-me e agora em contacto com o teu peito, procuro sentir o teu sexo no meu porque és pouco mais alto que eu. E assim ficamos, ausentes no tempo e no espaço porque às vezes o tempo pára mesmo e parece que o espaço que existe é apenas aquele
que se encontra entre nós e que desde que me deste esse puxão repentino ficou dominado e é só nosso. Sem dar por isso a outra mão que tinhas livre deslizou para dentro da minha blusa e já dou por ela no meu peito. Está fria e não sei se é a pele ou se
a temperatura dela, mas deixa-a ficar, a tua mão que é exactamente do tamanho do meu peito e que apesar de fria me aquece por dentro e por fora. Não me parece possível mas consigo ouvir o meu coração e sinto o teu. É então que de repente o espaço passa a estar presente porque já é o teu sexo no meu que anseio e estamos no centro de Lisboa, na principal avenida da  cidade, ainda não és meu e eu já sou tua.

Vontade desmedida


´~



Tento contrariar, no entanto não consigo ser indiferente a este odor fresco mas quente que vem das minhas costas e me encaminha os sentidos á medida que percorres suavemente o piso de madeira encerada desta sala. Como se conhecesses os locais onde o chão pode ranger, deslizas, segura e ligeira, num espaço que é indubitavelmente teu, e como se emanasses um qualquer brilho - diferente da luz matinal que nos obriga a semicerrar os olhos… - a minha atenção é direccionada para o teu corpo de mulher com jeito de menina que está empoleirado sobre a estante, apesar de teres um escadote um pouco mais á frente para arrumar 1 livro na secção de… literatura erótica!?…Hummm! Com o cabelo apanhado num carrapito, apoiada apenas no pé esquerdo e o braço direito esticado, a camisa, apesar de entalada, sobe e desvenda uma pele pálida onde imagino imediatamente a minha mão escorregar, quente. A saia sobe ligeiramente e já te agarrei contra a estante. Num gesto rápido, levanto-te a perna que coloco á volta da minha cintura e deliciado observo o cair do cabelo castanho, comprido, liso sobre os ombros. Os óculos desacertados no rosto. Com vida no olhar, agarras-me o cabelo com determinação e num beijo só, afundo a minha cara e percorro o teu corpo desde o pescoço até…
- Caramba! Mas afinal que se passa comigo?
Volto ao meu livro. Lembro-me porque estou ali e retomo a leitura mas… já há algo em mim igualmente desperto. Levanto o olhar do meu sexo na tua direcção e… agarro-te por trás! Faço a minha mão escorregar entre as nádegas, puxo-te o cabelo com mestria suficiente para não te magoar e entregue deixas cair a cabeça na minha direcção, inebriada, lambes-me os dedos que delicadamente faço deslizar dentro da saia e com a palma da mão encostada ao ventre sigo e afasto-te as cuecas.
- Não se importa de desligar o telemóvel?
- Merda!!! Coloquei no silêncio mas está a vibrar! Recuso a chamada e desfaço-me em desculpas como se a senhora de vestido às bolinhas, cabelo branco apanhado também num carrapito, óculos na ponta do nariz e mãos visivelmente gastas pela vida, tivesse lido os meus pensamentos. Há quanto tempo não me deixo levar pelo instinto, pelo desejo animal de possuir, de literalmente dar uma valente queca sem constrangimentos de qualquer espécie? A sala está praticamente vazia, para além de mim e desta senhora que não estava cá quando cheguei, está um miúdo de portátil rodeado de pilhas de livros e uma rapariga sem graça á sua frente; na mesa do fundo, nas minhas costas, outra rapariga dos seus 20 anos com phones nos ouvidos. Imagino Uma possibilidade de nos podermos esconder entre estantes e fazermos ali mesmo, num silêncio imposto pelo espaço. Levanto-me decidido na tua direcção mas imediatamente dou meia volta porque não tenho a mais pequena ideia de como te vou abordar, ou melhor, ideias não me faltam mas arrisco-me a ser expulso e acusado de atentado ao pudor. Sento-me. Olho á minha volta e a minha “vizinha” de vestido ás bolinhas lança-me um olhar castrador. Abro o livro numa página qualquer na tentativa de parecer uma pessoa normal e leio. Não passam nem dois segundos e levado por um impulso, rasgo uma folha do bloco de notas da vizinha castradora, que reage assustada e com vontade de me repreender, mas enrolada nuns sons imperceptíveis, desiste e deixando-me sozinho, levanta-se, indignada.
Levanto-me também eu num rompante, faço uma inspiração profunda e sem te olhar nos olhos o meu corpo passa junto ao teu e entrego-te em mão o papel meio amarrotado. Quando olho para trás ainda ocupas o mesmo espaço e olhas-me num misto de dúvida e gozo. Respiro fundo e sigo para a saída, já sem pressa. Lá fora a brisa leve rasga-me o olhar num sorriso cúmplice com a vida. Relembro o que te deixei.

Sentia uma vontade violenta de me desmoronar em ti. Não, não era fazer amor.
Fazer amor não existe, porra, o amor não se faz. O amor desaba sobre nós já feito, não o controlamos.” Inês Pedrosa

SB
não o controlamos.” Inês Pedrosa

terça-feira, 9 de julho de 2013

O Broche



Era a terceira aula de esgrima de Xavier.
A terceira vez que se sentia intimidado por este aluno.
Xavier era perturbador.
Parecia não ter vergonha. Expunha uma uma frieza assustadora.
Há 10 anos que Martim dava aulas de esgrima e nunca passou por tal situação.
E era agora, aos 42 anos, que um aluno o deixava indefeso e embaraçado?
A sua cabeça dizia que não, mas o corpo dizia outra coisa.
Àquela hora já não havia ninguém nos balneários.
Era o instrutor o responsável por os fechar às terças e quintas-feiras.
Em casa, Amélia, sua mulher, esperava-o para jantar. 
Provavelmente já não o esperava.
Na realidade aquele casamento já nada era. Nunca fora.
Apenas eram bons amigos.
E enquanto tentava distrair-se em pensamentos da sua vida tão pouco entusiasta, Xavier levantou e dirigiu-se até este.
Olhando-o nos olhos, tocou-lhe na barba por fazer. Roçou-lhe a face penugenta e lisa, tal pele de bebé. E, sem perguntar, tocou-lhe na pila, com convicção.
Martim, imóvel, surpreendeu-se com a facilidade com que obteve tesão.
Xavier fechou-lhe os olhos em tom imperativo, apenas com um leve tocar descendente na sua face. Despiu-lhe a roupa apertada e branca que lhe restava no corpo, lambeu-lhe os mamilos, os contornos dos abdominais e desceu em tons de dança, direto ao pénis.
Martim estava nervoso ao achar a situação bizarra e errada. Ainda mais nervoso  porque estava a gostar. Como defesa, optou por manter os olhos cerrados. Xavier sabia muito bem o que fazia.
E mal deu conta, este já tinha o seu caralho todo enfiado dentro da boca. 
A pressão que fazia com os lábios grossos e carnudos que possuía, nada se comparavam aos delicados lábios femininos, os únicos a provar o seu mastro. O aluno era agora o mestre. E que mestre. Com mais e menos pressão, movimentava a boca pelos 18 cm de pénis erecto que Martim possuía, em extrema excitação. Com a ajuda de 2 dedos, tocava-lhe levemente nos testículos a fim de dar alguma coentrada à refeição.
Também estava erecto, mostrou-o ao esfregar o seu pau à perna de Martim. Empurrou a vitima até aos cacifes com o intuito de ser mais pujante. E o trabalho continuou, sem esforço, um voluntário do prazer. Umas lambidelas dos colhões ao pico da picha encheram Martim de arrepios. Já no topo da montanha umas lambidelas mais suaves saborearam algum liquido do vulcão, preste a entrar em erupção. As mãos fortes em parelha bateram uma punheta de quem sabe o que faz, com a velocidade certa e o entusiasmo franco. Seguiram-se umas brincadeiras, com paragens de quem tem sentido de humor, até se dirigir à meta.
Xavier comeu-lhe o pilão, chupou-o até ao fim. E, sem parar, movimentou-o dentro da sua boca com a força exata, sem toques de dentes e com um vigor extasiante.
Um broche daqueles, um bico tão libertador, nem a puta a que foi com o pai perder a virgindade- aos 15 anos- o soube oferecer. 
E meia hora naquilo foi o tempo certo para liberar todas as entranhas do seu órgão genital. Veio-se, sem dó e sem pedir licença, para a boca de Xavier e gritou. Gritou eufórico. Os armários dos cacifes acompanharam ruidosamente como banda sonora pela forca que Martim fez a agarrar e apoiar-se nestes. O broche acabou e os olhos de Martim continuaram fechados. 
Xavier limpou a boca com ajuda do braço, deliciado.
“Boa noite professor, até para a semana!”
E saiu.

Marta M. 

Desejo lânguido,
Algo que foge,
Que escorre,
O vermelho escarlate
Que lambuza.
Para quê?
Para onde é que me estico tanto?
Para fora (?);
para dentro (?).
Será de mim?
É aquele sentir carnal dos lábios
Que abraçam a língua
Que teima em submeter-me.

segunda-feira, 8 de julho de 2013

A Marilyn

– A Joana?
– Está na sala dos espelhos.
– Algum cliente?
– É uma cena de grupo, acho eu. O Jorge acha-a desinibida nessas coisas.
– Queres mais vinho?
– Sim. Já fizeste lá alguma sessão?
– Só de Marilyn. Tu sabes como é. Peruca loira, vestido branco, ventoinha ligada, a dançar devagar, sensual, saia a voar.
– Sei, sei. E deixares ver as cuecas de vez em quando.
– É um showzinho fraquinho, não achas?
– Talvez... depende do público.
– Já alguma vez fizeste mais do que deixar ver as cuecas? Estás-te a rir. Safada! Imagino que sim. Conta-me.
– Uma vez, estava eu a baixar e a subir as ancas, de pernas abertas, viam-se as cuecas, que nem sequer eram rendadas, e fazia aquilo de um modo mecânico, rotineiro, sem pensar muito no que estava a fazer. Mas, de repente, dei por mim a olhar para o teto e comecei a reparar no meu reflexo através dos espelhos. A cabeleira loira encaracolada, a abanar, o largo decote que deixava ver os meus seios almofadados e depois comecei a estar atenta aos meus movimentos redondos e cheios.
– Não me digas que te apaixonaste por ti mesma?
– Nem sei, foi aquela coisa do momento. Os movimentos cada vez mais sensuais e eu estava vidrada em mim, espantada, sei lá...
– Queres mais?
– Sim.
– Não me digas que te despiste?
– Olha, não te sei explicar o que aconteceu. Estava ali, meia hipnotizada, com o que via no reflexo dos espelhos do teto, das paredes e desliguei de quem me observava, da sala, do lugar, do tempo. Olhava para mim e sentia-me embriagada sem álcool nenhum, só com aqueles movimentos, pelo meu próprio corpo, se calhar pela brisa da ventoinha, pela música, e eu dançava e baixava-me e levantava-me e contorcia-me lentamente, esticando as pernas, ondulando os braços e enrolando a barriga. Quando me apercebi já me estava a tocar nas pernas, entre as pernas, nos seios e no pescoço e a roupa começava a pesar-me e despi-me.
– …
– Agradava-me o que via, sei lá. O meu corpo, os meus seios espetados, tal era a excitação, projetados nas paredes, no teto, a minha cintura ondulante. Estive não sei quanto tempo nesta dança, esquecida de tudo e de todos, de que era só trabalho e nem precisava de ir tão longe. Apenas tinha de ser Marilyn, bonita e estonteante.
– E o que é que aconteceu?
– De repente, estava deitada na cama da sala ao lado e continuava de tal modo louca com tudo, tocava-me, gemia. Fi-lo de olhos abertos e sei que algumas pessoas saíram da sala, incomodadas, outras ficaram. Despi-me por completo e senti necessidade de provocar os meus restantes espetadores com a língua, com os olhos, com os meus gemidos, com o meu desespero por mim mesma. E houve quem quisesse apenas ver e houve quem quisesse participar. Senti mãos pelo meu corpo todo e senti pilas baterem-me na cara, no fundo das costas, nas mamas. De início, continuava obcecada comigo mesmo, mas, quando me apercebi, já tinha a boca cheia, a vagina cheia, o rabo cheio e balançava ao ritmo de quemme levava, alucinante.  Lembro-me da música que passava naquele momento, era Morcheeba, “Trigger Hippie”. Puxavam-me a cabeça, para baixo e para cima e para baixo e para cima e era como se eu fosse... não sei quantas pilas chupei?! Lambia e engolia as que passavam na minha boca, enquanto me sentia penetrada na vagina, no rabo, sentia-as nas minhas mamas. Sei que nunca nenhuma ficou o tempo suficiente para que me viesse e, no entanto, toda eu vibrava de prazer, num tal êxtase e comecei a tocar-me com um certo desespero de me vir e assim perder-me completamente naquele estado. Toquei-me como se estivesse sozinha e, à medida que fui chegando onde queria, fui ignorando as pilas à minha volta. Tocava-me e sentia-me quente, a escaldar, as minhas pernas a vibrar e havia quem me lambesse e havia quem me chupasse em baixo, no meio e em cima. Não via nada, tinha os olhos fechados. Sentia de vez em quando pilas roçarem-me na boca, mas por essa altura mordia os lábios e estava impenetrável. Pouco depois explodi em ondas de prazer, quentes, altas, a sacudirem-me o corpo todo e a arrepiarem-me os cabelos. Senti a minha cara contorcer-se, os olhos a fecharem-se com força e pouco depois jorros de líquidos por todos os lados que me caiam na cara, nas mamas, no rabo, na vagina. Quando abri os olhos estava empapada num misto de suor e esperma e saliva. À minha frente apenas restava o Jorge, que me olhava com uma tal raiva e desilusão. Devia estar furioso, por ter sido tão barata, gratuita, sem o consentimento dele. Atirou-me com o vestido da Marilyn à cara e mandoume para casa. Depois disso, a pensão teve muito mais clientela, clientela de outro tipo, que perguntava pela mítica Marilyn. Eu só regressei um mês depois. Ninguém te contou a história?

Ana C

sexta-feira, 7 de junho de 2013


Onde é que te meteste? A água aflora e brota contra o meu ventre? Onde? E é então que tudo acontece, a torneira roda, jorra para dentro de mim e sinto tudo quanto é meu transbordar de prazer. Mas há a solidão! O desconsolo de não te ter! Onde o toque é mais a minha procura de prazer egoísta.
B. 

quarta-feira, 19 de setembro de 2012

La petite morte



Momentos de silêncio e tranquilidade como este...AQUI

terça-feira, 21 de agosto de 2012

As Cinquenta Sombras de Grey


AS CINQUENTA SOMBRAS DE GREY

Trabalha horas sem fim. Toma conta das crianças. Tem um salário mais alto. Gere a sua equipa. E no final do dia ainda quer ser chicoteada.


Se cada época tem o sádico que merece, então ninguem se admire que a nossa tenha Christian Grey, herói do bestseller As Cinquenta Sombras de Grey. Christian não é retrocido, assustador ou dono de um coração lúgubre. Foi abusado sexualmente em criança, um sádico que a Oprah poderia ter inventado, ou nas palavras de E. L. James, “Christian Grey tem um lado triste”. Para sádico, é extremamente solícito, alguém que se desculpa frequentemente, atento à mínima alteração nos sentimentos de Anastasia Steele, a jovem heroína do livro, a quem amacia com cremes e loções depois de a espancar. Por outras palavras, é o homem difícil mais fácil de todos os tempos.
E por que é que esta versão diluída do sadomasoquismo — quase o café com leite do sadomasoquismo — tem tanto cachet nos dias de hoje? Por que é que magotes de mulheres içaram o livro ao top de bestsellers do New York Times ainda antes de chegar às livrarias? O mais provável é que seja um casamento feliz entre a transgressão moderada e arquétipos confortáveis, entre virgens coradas e chicotadas.
Para alguns, imagino que se calhar até para uma maioria, terá o seu quê deglamour semipornográfico... entre o frisson do perigo e a segurança de um romance à antiga. Ler As Cinquenta Sombras de Grey não é mais arriscado, rebelde ou perturbador do que, digamos, comprar umas botas pretas ou um vestido com corte assimétrico no Barneys [um armazém nova-iorquino que vende artigos de luxo]. O estereótipo da leitora de As Cinquenta Sombras de Grey, destilado no condescendente termo “mommy porn”, aponta para uma mulher mais velha e suburbana. O que não correspondente totalmente à realidade: de acordo com informações da editora, que por sua vez se baseou em dados recolhidos junto de redes sociais como o Facebook, sites de fãs e o próprio Google, mais de metade das mulheres que lêem o livro estão na faixa dos 20, 30 anos e são muito mais urbanas do que a caricatura que delas se faz.
A definição actual para “dominação” não acaba numa consulta superficial no iPad. O desejo feminino da submissão sexual já foi tema na nova e muito falada série de Lena Dunham, Girls, sobre raparigas de 20 anos à toa e à solta em Nova Iorque. Em Girls, a pálida cópia de hipster que é o namorado da heroína brinca: “Do que tu gostas sei eu, minha mulher moderna”, e a sua ideia, ainda que expressa de uma forma estranha, é que elas gostam de ser dominadas. Ele diz coisas como “não serás escrava de ninguém...a não ser minha” e, se preciso for, atira-lhe da janela: “Se subires, vou manter-te aqui amarrada por três dias. Estou mesmo virado para aí.” Ela regressa do encontro com contusões e, envergonhada, vê-se obrigada a dar explicações ao colega gay da universidade com quem marcou encontro num bar: “Agora ando com este tipo e, às vezes, até deixo que ele me bata.”
Entretanto, a sua amiga mais íntima e com quem partilha casa tem um namorado doce, sensível, respeitador. Daqueles que, na cama, quer saber o que lhe dá prazer, coisa que a maça de morte e a deixa profundamente irritada. Ela, que trabalha numa galeria de arte, sonha em ver um daqueles artistas arrogantes a entrar-lhe porta dentro e a fazer-lhe promessas de como a deixará apavorada se a levar para a cama.
Portanto, estas raparigas ambiciosas, educadas nos ideais da esquerda artística, também não procuram os rapazes simpáticos da era pós-feminista; na sua ironia fina, ainda que algo confusa, elas estão no “mercado” à espera de alguma submissão... desde que criativa.
Outros sinais que mostram quão actual é este interesse no tema da dominação sexual inclui o recente filme A Dangerous Method, que cautelosamente introduz o espancamento numa parte que explora a história da psicanálise. Em entrevistas, a actriz Keira Knightley, protagonista do filme, confessou que teve de beber shotsde vodka para conseguir filmar as cenas em que a sua personagem é espancada enquanto está amarrada à cabeceira da cama.
Não deixa de ser intrigante que as mulheres andem a consumir esta miríade de fantasias sobre submissão num momento em que cada vez se destacam mais nos seus locais de trabalho, quando são a maioria (60% nos EUA) no ensino universitário, quando conquistaram o sustento do lar — quatro em dez têm mesmo ordenados superiores aos dos seus maridos —, quando vivem sozinhas e com filhos a seu cargo numa faixa abaixo dos 30.
E não será provavelmente coincidência que à medida que aparecem livros comoThe Richer Sex, de Liza Mundy, e o aguardado The End of Men, de Hanna Rosin, estejamos a assistir a um renovado interesse popular na teatralização estilizada da impotência feminina. Isto sem mencionar as pazadas de artigos sobre mulheres que optam por não se casar ou em serem mães independentes. Neste momento da nossa história em que o domínio masculino se mostra periclitante, a ideia da submissão feminina torna-se particularmente atraente, romântica até e com uma certa carga erótica e semipornográfica.
No reino das fantasias íntimas, a tentação da submissão sexual, ainda que levada a extremos, é muito falada. Os resultados de 20 estudos publicados na revista Psychology Today mostram que entre 31% a 57% das mulheres fantasiam com serem forçadas a ter sexo. “Mulheres a sonharem com cenas de violação é um terreno onde se cruza desconfortavelmente o eros com a política”, diz Daniel Bergner, que está a trabalhar num livro sobre desejo feminino que vai ser publicado no próximo ano. “É um terreno onde a realidade não coincide com aquilo que dizemos.”
Os investigadores e psicólogos com quem falou para escrever o artigo O que querem as mulheres , que o New York Times publicou em 2009, pareceram-lhe relutantes em usar a expressão “fantasia de violação”. E, em ensaios académicos, a ideia deixa até nervosas e a desculparem-se as mulheres que a relatam.
Por definição, “fantasias” são algo que não se controla. Mas parecem estar a dizer-nos alguma coisa sobre as mulheres que todas preferiam esconder. Uma das fontes de Bergner preferiu chamar-lhes “fantasias da submissão”; outro disse “é o querer estar para além da vontade, para além do raciocínio”. 
Mas por que é que, sobretudo para as mulheres, a liberdade poderia ser um fardo? Por que é que se torna tão atraente pensar no que está a acontecer com uma atitude passiva? Por que é que se torna tão interessante a ideia de rendição, ou a brincadeira da rendição? Talvez o poder não seja assim tão acolhedor e confortável, até para quem cresceu com ele. Pode ser que a paridade seja algo que apenas desejamos algumas vezes, nalguns lugares e nalgumas arenas. Pode ser que, feitas as contas, o poder seja maçador.
Em Girls, a personagem de Lena Dunham encontra-se momentaneamente deitada no gabinete do ginecologista a fantasiar com a perversidade de ter sida porque isso a libertaria da responsabilização, da ambição, da obrigação de ter de dar um rumo à sua vida. É uma cena muito forte e estranhamente real. E que levanta a seguinte questão: poderá ser assim tão penoso tudo o que é hoje pedido à mulher, desde a sua participação na vida económica ao que lhe é exigido em termos de independência e de afirmação no mundo?
Pode ser que, para alguma mulheres, toda a teatralização da fantasia da submissão seja um escape à aridez do trabalho pesado que é a paridade. O que não quer dizer que histórias retorcidas de submissão sexual sejam novas. Como diria alguém que conheço, o sadomasoquismo está entre nós desde há muito, mesmo se nem sempre visível. De quando em quando, vislumbres saltam para omainstream e, claro, fascinam-nos. Mas os clássicos do S&M não são compatíveis com uma vida normal; não afectam coisas tão banais como o amor.
Em A História de O, o famoso romance francês escrito por Pauline Réage em 1954, a heroína, depois de encarcerada num castelo onde homens com máscaras a chicoteavam e abusavam sexualmente dela, foi cuidadosamente treinada para ser escrava. O masoquismo de O começa por ser uma demonstração do seu amor pelo amante mas, rapidamente, se transforma noutra coisa: O esquece-se de si própria, perde a sua personalidade ao entregar-se à disciplina da dor. O elegante, mas brutal, romance termina com a cena em que O, nua e com apenas uma máscara de coruja, é levada acorrentada para uma festa onde a nenhum dos presentes ocorre que é de um ser humano que se trata. Quando Susan Sontag escreveu sobre O, falava da “volúpia e desejo ardente de alguém que caminha para a extinção da sua própria consciência”. O que está bastante distante dosemails que Christian envia a Anastasia dizendo “mais tarde, querida” .
De quando em quando, aparece um livro que nos fascina de tal maneira que é capaz de nos pôr a falar de dominação e poder, com as suas cenas erotizadas de violações e submissão sexual: livros como As Idades de Lulu ou A Vida Sexual de Catherine M. E o que se torna interessante nesta nossa época saturada de pornografia é que estas histórias ainda consigam ser titilantes, controversas e até dignas de notícia. Como se ainda nos quiséssemos interrogar, debater ou num modo voyeurístico confrontar-nos com cenas de submissão sexual extrema. Apesar de estarmos familiarizados com o sadomasoquismo, continua a assaltar-nos como uma coisa nova, chocante, que derruba certos valores, porque tem algo que ainda parece errado e vergonhoso para um segmento surpreendentemente largo do nosso mundo tolerante pós-revolução sexual.
Um dos factos mais relevantes na Anastasia Steele de As Cinquenta Sombras de Grey é que ela não está numa de sadomasoquismo. Ela está simplesmente apaixonada por Christian Grey (“muito lá no fundo, tudo o que eu queria era mais, mais afecto, um Christian mais brincalhão, mais… amor”), e por isso deixa-se ir, como uma universitária, em jogos de cabedais e chicotes.
Isto é importante tratando-se de uma heroína mainstream para leitoresmainstream: ela condescende nas fantasias com chicote e humilhação sem de facto se sentir responsável por desejos mais estranhos. Desta maneira, Anastasia retira prazer dos castigos e suaves humilhações sem ter de admitir que os procurou ou os escolheu. É por amor, talvez até na tentativa de salvar o seu homem, que ela suporta com determinação a dor, e não por que queira ser, de facto, chicoteada. Este pequeno truque mental é, claro, um dos aspectos centrais da submissão sexual: podemos experimentá-lo sem assumirmos responsabilidades, sem afirmarmos que o desejamos. O que, naturalmente, apela ao nosso passado puritano e ao nosso presente pós-irónico.
Quando Maggie Gyllenhaal protagonizou Secretary, uma comédia de 2002 que retrata um chefe que disciplina a sua assistente, preocupou-se com a reacção feminista à representação extravagante da dominação sexual. Mas, disse, “acho que as mulheres, sobretudo as da minha geração, o procuram de uma forma que extravasa discursos políticos”.
“As mulheres têm hoje mais poder e liberdade do que alguma vez tiveram. Mas isso não significa que tenham o suficiente de ambos, e que não experimentem complicados sentimentos de culpa, vergonha e se sintam indignas”, explica a feminista Katha Pollitt acerca da permanência das fantasias sexuais de submissão. Ao longo dos tempos, investigadores e psicólogos elaboraram teorias de que as mulheres fantasiam sobre submissão sexual porque se sentem culpadas ou pouco à vontade a assumir os seus próprios desejos; por outras palavras, é-lhes mais confortável saberem-se desejadas do que manifestarem desejo.
Estudos mais recentes revelam, contudo, que as mulheres que fantasiam sobre situações em que são forçadas a ter sexo são, afinal, menos permeáveis a sentimentos de culpa do que aquelas que o não fazem. De qualquer forma, essas teorias parecem simplistas e até demasiado próximas de um pensamento de século XIX para representarem a mulher moderna; não é tanto a culpa pelo sexo mas antes a sensação de ser dominada que se torna essencialmente mais libertadora. O excitante aqui é a irracionalidade, desligado de quem somos na vida real; imunes à crítica ou ao bom senso, à boa educação e a um bom emprego.
As feministas ficam perplexas com o nosso contínuo investimento nestas fantasias na esfera do romance, neste desejo residual de se ser controlada ou dominada. Têm vindo publicamente denunciar a quantidade de mulheres poderosas, bem sucedidas e independentes que se deixam enredar em fantasias (e realidade, claro, mas isso é outra história) de submissão. Estas mulheres “foram educadas a acreditar que sexo e dominação são sinónimos”, escreve Gloria Steinem, e que, de uma vez por todas, temos de “separar o que é sexo do que é agressão”. Mas talvez sexo e agressão não possam ou, melhor, não devam ser separados.
Várias têm sido as vozes feministas a aparecer em talk-shows televisivos denegrindo a retrógrada exploração soft-core das mulheres em As Cinquenta Sombras de Grey. Também não têm sido poucas as opinadoras de esquerda que perguntam: “Foi para isto que lutámos?” Mas é claro que estas lutas sempre foram irrelevantes para a vida íntima. Quando perguntaram à brilhante pensadora feminista Simone de Beauvoir se a sua subjugação a Jean-Paul Sartre na sua vida pessoal contrariava as teorias feministas que professava, respondeu: “Bem, estou-me nas tintas. Lamento desapontar todas as feministas, mas posso dizer que é pena que muitas delas vivam só da teoria em vez da vida real.”
Também Daphne Merkin, jornalista da New Yorker, na sua controversa e reveladora meditação sobre a sua própria obsessão com o espancamento, especulou sobre a tensão entre a sua identidade como “mulher poderosa” e os seus desejos por punições sexuais infantilizadas. “Igualdade entre homens e mulheres, ou tão-somente o seu pretexto, dá imenso trabalho e pode nem ser o caminho mais seguro para a excitação sexual.”
Será talvez inconveniente para o feminismo que a imaginação erótica não se submeta à política, nem mesmo às mudanças demográficas; não se importa comThe End of Men ou percorre os blogues feministas no seu tempo livre; há muito que esqueceu o trabalho árduo das sufragistas e outras reivindicações históricas. A poderosa fantasia de ser dominada por um homem não dá sinais de desaparecer na equação “salário igual para trabalho igual”, pode mesmo ganhar intensidade e tomar inovadoras formas (ou não tão inovadoras quanto isso no caso de As Cinquenta Sombras de Grey).
De facto, se eu fosse membro da direita religiosa, sentada no meu alpendre e queixando-me da moral decadente da mulher profissional americana, o que seria mais preocupante, o que daria o toque de desespero e o ambiente de fim-do-mundo, é o facto de milhões de mulheres inteligentes se disporem a tolerar o tipo de prosa de As Cinquentas Chamas de Grey. Se está disposta a suportar frases como “rio-me, apesar da minha profunda tristeza” ou “o mundo desaba à minha volta numa pilha estéril de cinzas, todos os meus sonhos e esperanças cruelmente descartados”, então está mesmo, mesmo a precisar de entrar na cena da submissão sexual.
*Exclusivo PÚBLICO/Newsweek.