sábado, 13 de fevereiro de 2010

Candy bar for Zézé Camarinha

Resplandecem as luzes
Afinam-se os paladares
Quando se vêem as “muses”
Excitam-se as glândulas testiculares

Lábios, olhos, corpos
Sexto sentido my ass
Linda como o caraças
Boa de mais para passar
Sem pôr as glandes a salivar

Lambem-se os lábios femininos
Agitam-se os pénis masculinos
As belas das “misses” desfilam
E os gajos até catrapilam

Catrapilam até ao tecto
Num desejo abjecto
Cuspido do cimo de um andaime
Pronto para cobrir o “macadaime”

Um gajo apruma a conversa
E lança-se convicto
Sem perceber que a Vanessa
Quer tudo, menos que lhe vão ao pito

Solta a barbárie “tugalesa”
Mas a “piquena” não entende a beleza
Recusa a gramática sedutora
Com uma desculpa redutora

Redutora do orgulho
Redutora do mangalho
Indutora à auto-estima
Que o importante é manter a cabeça para cima

Vai-se a gaja
Ficam-se os dotes
Um grande bem haja aos dedos
Que queremos continuar a meter nos potes!

In – corporate – Mente sana in corpus sanus

Tua mente , corpo meu
Cabeças unas pelo toque,
Guiadas pelo sentir que é teu
Gemidas pelo nosso choque.

Hostil takehover
Negócio de carne!
Gozar precoce,
Game over!

Há que foder,
Foder e gemer,
Dar o corpo ao manifesto,
Pinocar até ao excesso!

Explodir com a glande
Transar à grande
Foder, comer,
Sempre … até poder.

Sem regras, com regras,
in corpo, with vergas!
in mente, with vendas!
Doesn’t matter – in – corporate!

Senhor do Tempo


O Sol deixava escapar os seus últimos raios. Infligia as suas ultimas forças no vidro fosco em tons de laranja.
No salão ouvia-se em fundo o incomparável Miles Davis. Junto à varanda num ondulante mover de corpo estava ela. A sua sombra vagueava pelas portadas da varanda destacando-lhe cada contorno.
O deslizar da ancas interrompido pelo recorte pronunciado de um seio firme, hirto, retocado...
A écharpe tigrada pendia tocando-lhe a pele.
Era tudo o que tinha vestido.
A dança continuava .
As mão esguias tocavam a pele. As unhas longas como garras ameaçavam uma fome constante.
Os longos stilletos negros eram o início da viagem pelo seu corpo torneado. A pele como veludo ansiava o toque.
Um breve fechar de olhos e o toque surge, trazendo consigo uma tremura. Mas aquele toque pedia mais e, reafirmando a sua presença a mão subiu. Sentiu as nádegas testadas com um aperto másculo de desejo.
Encostou as mãos à portada e esperou...

sexta-feira, 12 de fevereiro de 2010

Ainda não eram nove horas da manhã quando Joana tocou à campainha. Filipe ainda se estava a vestir mas correu para a porta apenas com o roupão vestido, excitado que estava com a ideia que aquele dia seria celebrado de maneira singular. Era a primeira vez que Joana o visitava em sua casa e, ao vê-la, deparou-se com o olhar penetrante dos seus olhos verdes que tinha conhecido há mais de dez anos, numa relação que perdurava no tempo graças à sensualidade que emanava daquele corpo alto e bonito.

Joana fechou a porta atrás de si com o pé e deixou cair a mala no chão ao mesmo tempo que se lançava nos seus braços, beijando-o. Nestes momentos, nem sequer murmuravam uma palavra pois o sorriso cúmplice de ambos fazia perceber que o desejo era imenso e que não havia tempo para palavras de circunstância.

O beijo era um ritual iniciático, longamente encenado, um preliminar absoluto em que o silêncio era apenas quebrado pelos suaves murmúrios de ambos e prolongado tanto quanto fosse possível proporcionando que os seus corpos reagissem de forma ondulante e sensual. Procuravam os lábios um do outro como se quisessem engolir-se, numa sofreguidão avassaladora, ora entrelaçando lentamente as suas línguas ora permitindo que o outro penetrasse profundamente de forma a se oferecerem mutuamente.

Joana gostava de sentir que provocava em Filipe uma erecção quase imediata e serpenteava o seu ventre procurando transmitir esse prazer para o seu próprio corpo que oferecia na ânsia de poder ser possuída de seguida. Ele aproveitava estes momentos para a agarrar com força, puxando-a para si e fazendo escorregar as suas mãos até às suas nádegas que apalpava com furor progressivo, utilizando os seus dedos para penetrar com sensualidade nesse espaço mágico que as separava, descendo ao fundo das suas costas e entalando-os até que lhe atingisse o sexo. Ela, por sua vez, procurava-o, mexendo-lhe no peito firme que Filipe cuidava em diários exercícios matinais de modo a evidenciar um corpo elegante que mantinha desde que tinha estado no serviço militar e que pretendia enaltecer como modo de se insinuar junto dela. Acariciava-o frequentemente e gostava de o fixar olhos nos olhos quando se decidia agarrar-lhe o sexo. Era um sentimento de posse que gostava de demonstrar, para se consolar pessoalmente, como para dizer: És meu!

Joana era aparentemente uma mulher decidida, muito activa na sua vida quotidiana e transbordando energia, pois executava várias tarefas durante o dia, guiando de um extremo ao outro da cidade, atendendo chamadas e enviando mensagens através dos dois ou três telemóveis que trazia consigo, tentando acudir a todas as solicitações dos filhos e dos pais que recorriam a ela sistematicamente. Dedicara-se inteiramente à sua família nuclear mas não tinha uma carreira, uma profissão, nem sequer um emprego fixo o que lhe permitia estar livre para se entregar aos permanentes encontros que mantinha com Filipe. Procurava e necessitava destes momentos de luxúria pois representavam a satisfação das suas mais íntimas fantasias o que praticava com assiduidade pois encontrava neles um modo de estabilizar o seu débil casamento.

Filipe era mais velho cerca de quinze anos e prestara-se a ser o seu amante ao longo dos anos decidindo manter essa relação para poder dedicar-se à sua profissão que desempenhava com empenho e audácia. Era um reputado artista que utilizava a fotografia como meio e tinha trabalhado durante muitos anos para a publicidade, fotografando todos os temas, especialmente o retrato. Foi numa dessas sessões que conhecera Joana e em que fixou o seu sorriso e os seus belos dentes, quando fora seleccionada para ser fotografada para uma campanha de um dos seus clientes. Desde então, mantinham uma relação diária que começava cedo com uma chamada telefónica logo pela manhã e, invariavelmente, com uma mensagem “Adoro-te” ou “Obrigado” ao cair da tarde antes de regressar a casa para desempenhar o papel da mãe extremosa e mulher dedicada.

Joana despia-se rapidamente para que Filipe a pudesse beijar e mordiscar os bicos dos seus peitos e lhe metesse a mão entre as pernas, proporcionando-lhe um prazer progressivo que aproveitava largamente. Sabia que ela compararia aqueles momentos em conjunto de forma bastante melhor do que aqueles em que o fazia solitariamente. Ele mexia-lhe com os dedos docemente, acariciando-a com mestria, excitando-a. Ela queria também saborear o corpo de Filipe e tinha aprendido com ele o sentido do tempo e a importância da noção de “duração” na prática da fotografia agora transposta para a sua relação amorosa, assim como a diferença entre “beleza” e “sublime”, a propósito das frequentes referências àquela relação que gostavam de considerar como romântica.

Filipe pensava que tinha conseguido devolver-lhe a auto-estima necessária para que ela se sentisse “mulher” depois de alguns anos de um casamento que mantinha sem qualquer interesse com um oficial da marinha que passava semanas embarcado e que se dedicava ainda, nos tempos livres, a jogar ténis para recuperar os dias passados no mar.

Joana tinha construído um modelo de vida baseada numa ilusão, organizada em torno de uma ideia fictícia de felicidade em que confundia a “realidade-real” com a realidade-imaginada” transformando-a numa simulação organizada e que lhe permitia utilizar a força dos contrários, presença e ausência, verdadeiro e falso, real e imaginado, a favor de si própria, tal como Madame Bovary.

«Gostava do mar apenas pelas suas tempestades e da verdura só quando a encontrava espalhada entre ruínas. Tinha necessidade de tirar de tudo uma espécie de benefício pessoal e rejeitava como inútil o que quer que não contribuísse para a satisfação imediata de um desejo do seu coração - tendo um temperamento mais sentimental do que artístico e interessando-se mais por emoções do que por paisagens».

Agora experimentavam os limites da paixão, entregando-se e oferecendo-se na convicção de que, assim, provariam o amor um pelo outro. Ele tinha-lhe proporcionado os momentos de maior prazer da vida o que a levou a afirmar-lhe, num momento de rara confidência, que tinha tido com ele o primeiro orgasmo. Com ele libertava-se progressivamente de falsos pudores e procurava encontrar pleno prazer quando se excitava ao limite, deixando-se cair exausta sobre a carpete.

Gostava de o possuir enquanto ele a penetrava de modo a excitá-lo com a sua massagem e proporcionava a Filipe ocasiões informais, aliciando-o para outras partes do atelier e, agora também da sua casa, para se colocar em posições que permitissem entrelaçar-se de forma mais erótica e que não lhe recordassem as fastidiosas e entediantes aproximações que o marido, poucas vezes aliás, lhe dedicava.

Os minutos tinham passado lentamente após terem feito amor no sofá e o olhar de Joana ter vagueado pela sala, tentando fixar na sua memória todos os pequenos detalhes, quando resolveu murmurar: Tenho uma coisa para te dizer, Filipe! Disse com ar sério. Parto amanhã para Barcelona aonde vou viver enquanto C. estiver a cumprir uma comissão de serviço! Não te poderei ver mais!

Joana vestiu-se apressadamente e nervosa atendeu o telemóvel. Sim, estarei aí dentro de cinco minutos! Estou quase a chegar! Despediu-se de Filipe sem o beijar e saiu a olhar para o chão.

Ao final da tarde, Filipe recebeu uma mensagem: Adoro-te!

Filipe Martins

Sexo e Orgasmo

Joana gostava de ser possuída. Dizia-o frequentemente a Filipe que lhe enfiasse bem fundo e que se viesse ao mesmo tempo que ela. Gostava de lhe meter a mão nas calças, provocá-lo e sentir que se entesava à medida que ela o acariciava. Provocava-o, masturbando-o progressivamente e olhava o seu falo com verdadeiro sentido de posse. Via-se que se concentrava neste acto e que lhe apetecia ser também apalpada.

Tinha a ousadia de desabotoar as calças de modo que Filipe lhe pudesse enfiar a mão entre as pernas e a excitasse. Ficava, de imediato, bastante húmida e se não se decidisse a chupá-lo, colocava-se de modo a ser penetrada.

Sentia-se nas nuvens à medida que o balançar dos corpos proporcionava a ambos um prazer nunca antes imaginável. Agarrava-o com força de modo que fosse quase brutal a penetração. Gostava da sua virilidade e ofereciam-se mutuamente. Perdia a cabeça, o momento era vertiginoso, as palavras soltavam-se e gritava: «Fode-me! ».

Tinha prazer ao sentir que aquele homem que estava à sua frente podia ser seduzido. Agora, diante de si, provocava-o levantando lentamente a saia e Filipe percebeu que ela gostava e pretendia excitá-lo antes que ele a tocasse. Ele enfiou a mão nas suas cuecas, acariciou-lhe o ventre e rodopiou os dedos no anterior dos lábios carnudos e macios. Sentiu-a já completamente húmida. A ansiedade era grande, a volúpia enorme. O seu desejo ultrapassava tudo o que imaginava quando o marido se servia dela.

Filipe lembrou todo o processo de sedução que ela tinha utilizado para, enfim, visitar o seu estúdio. Tinha recebido um sms com uma fotografia de uma jóia de lapela, um broche, uma aranha em ouro coberta de diamantes, com um comentário. «Estou apaixonada por esta aranha. Não acha que é um acto artístico comprá-la?». Filipe respondeu-lhe: «Consegue adquirir sempre os seus objectos de desejo? Quem dera…». Joana ripostou: «Tem razão. Adquirir não é preciso. Navegar é preciso…». Ela imaginou-o Ulisses.

Agora, enquanto olhava fixamente para ele, disse: «Quem dera ser Penélope!». E, assim, veio-se.

Filipe Martins (extracto de livro a publicar la Donna è Mobile)

Curso de escrita Erótica na Escrever Escrever

A sensualidade da escrita. O arrepio nas letras de cada palavra. O erotismo que está em cada um de nós sussurra-se ao ouvido, ou desenha-se na Escrever Escrever. Em segredo, entre os lençóis da discrição.
Numa carta de amor (e de sexo), num conto, num blog, em revistas, num livro, a volúpia está nas linhas (e nas entrelinhas) da ponta dos dedos, nos silêncios e nos gemidos tímidos ou exuberantes; sobretudo na coragem que temos para nos despir em palavras e surpreender-nos a nós mesmos e ao nosso objecto de amor, paixão, sexo. Depois de ler ou reler o erotismo dos outros, escrever a sua própria intimidade – com o poder total sobre a quem permite a leitura de tal segredo.

Para Quem
Para maiores de 18 anos, com círculo vermelho em todas as sessões.
Para todos os que tiverem curiosidade de explorar a sua sexualidade, por escrito.
Para quem gosta de fantasiar sobre o corpo e as relações, para solteiros, casais, do sexo oposto ou do mesmo sexo. A confidencialidade e a exposição pessoais dependem inteiramente da vontade de cada participante, sem forçar entrada no mundo íntimo de ninguém – é este o ponto de partida, mesmo sem saber até onde chegaremos.
Para surpreender o parceiro ou parceira, antes do corpo, nas palavras; para se surpreender a si mesmo, a ler e a escrever, a sentir e a fazer sentir.

Objectivos do Curso
- Ler e analisar textos da escrita erótica mais conhecida;
- Aumentar o vocabulário erótico e descobrir possíveis encenações sexuais na escrita;
- Praticar a escrita erótica e sexual – sensual.