terça-feira, 16 de março de 2010

Caetano (Exercício)


Uma mulher de pele escura atravessou-se à sua frente, exibindo um colorido turbante no cima da cabeça. Sentiu o seu aroma, levemente aromatizado a citrinos, e desejou possuí-la, ali mesmo, no largo do Chiado. Decerto que os transeuntes não se importariam de ver os seus corpos cantar o fado ao amanhecer.
Caetano andava sempre com o cabelo arranjadinho, as unhas castanhas do surro, o fecho das calças aberto e dele uma pila a apanhar ar fresco. Adorava vê-las passear e imaginar-lhes a cona. Camões não o recriminaria, era o seu fiel companheiro, estava ali para apoiá-lo nas horas do vinho. Além disso, a seu ver, todas eram esbeltas, fossem gordas, anafadas, magras, esqueléticas. Em todas era capaz de enfiar o seu besugo e desejava-o tanto, ansiava-o tanto... Mas coitado Caetano... morreu virgem.